Dados do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD) apontam que o refluxo gastroesofágico acomete cerca de 12% da população brasileira, sendo uma doença bastante comum e que muitas vezes não é diagnosticada, prejudicando a qualidade de vida do paciente.
De acordo com João Gabriel Romero Braga, cirurgião do aparelho digestivo, os principais sintomas do refluxo são queimação no peito, náuseas, regurgitação, tosse, sensação de bolo na garganta. “Outros sinais que podem indicar um quadro de refluxo são rouquidão, apneia do sono, engasgos frequentes, dor no peito (não cardíaca), sinusite de repetição, entre outros”, ressalta.
O refluxo é uma condição patológica, em que o conteúdo do estômago reflui, ou seja, retorna para o esôfago em excesso, provocando esses sintomas. “Vale aqui destacar que a alimentação tem papel fundamental para amenizar esses sintomas. Quem tem refluxo deve evitar, principalmente, cafeína, chás, refrigerantes, chocolate, alimentos gordurosos e frituras, bebida alcoólica, entre outros. Além disso, ficam essas recomendações: mastigue bem os alimentos e coma devagar, não beba líquidos durante as refeições, alimente-se de pequenas quantidades a cada 2 ou 3 horas, evite comer e dormir em seguida, controle o peso – a obesidade é um fator importante para refluxo, e pare de fumar”, explica o especialista.
O tratamento pode ser realizado apenas com mudança de hábitos, mas em muitos casos requer o uso de medicamentos e, em quadros mais graves, pode ser necessária a realização de cirurgia. “O diagnóstico é feito através de exames clínicos e, na maioria das vezes, por meio de exames, como a endoscopia. A partir daí definimos a melhor estratégia de tratamento para cada paciente, pois cada caso é individualizado. Somente um médico especialista é capaz de realizar um diagnóstico assertivo, portanto, se você possui algum sintoma persistente, procure um médico”, completa João Gabriel.