Na busca constante por oferecer atendimento de qualidade e humanizado, a equipe de enfermagem e assistência da Ala Laranja, voltada para pacientes em tratamento oncológico e cuidados paliativos do Hospital Emílio Carlos, recebeu orientações no final de julho e início de agosto. Sob supervisão da médica paliativista Mariana Ramires Fachini e da psicóloga do Grupo de Apoio ao Trabalhador/GAT-FPA Luciana Calza, os profissionais foram capacitados para aprimorar o cuidado aos pacientes em fase avançada da doença e a aprender a lidar de forma sensível com a perda no dia a dia da função.
Para Ana Laura Flores, coordenadora de Enfermagem do setor, a iniciativa visa não apenas aprimorar os aspectos técnicos do tratamento, mas também ressaltar a importância da abordagem humanizada, centrada no bem-estar físico e emocional dos pacientes. “O Hospital Emílio Carlos está empenhado em capacitar sua equipe de forma integral e acolhedora, garantindo que os pacientes em cuidados paliativos recebam atenção individualizada e carinhosa, respeitando seus desejos e necessidades específicas”, frisa.
Mariana Ramires Fachini, especialista em cuidados paliativos, organizou rodas de conversa com os profissionais sanando dúvidas sobre cuidados e como lidar com a perda de pacientes. “Diariamente cuidamos de pacientes com doenças graves, ameaçadoras da vida e, consequentemente, em grande sofrimento. Portanto, é fundamental prepararmos o profissional e cuidarmos com muito carinho de cada membro da nossa Ala Laranja”, disse a médica.
Além disso, os encontros permitiram a troca de experiências entre os membros da equipe, encorajando o trabalho em conjunto e reforçando a importância do apoio mútuo para lidar com situações delicadas, com dinâmicas orientadas pela psicóloga Luciana Calza, envolvendo temas como o manejo da dor e sintomas relacionados, a importância da escuta ativa, comunicação efetiva e a relevância do apoio psicológico aos pacientes e seus familiares. “Temos uma equipe de profissionais altamente comprometida e dedicada, mas sabemos o quanto o cuidado paliativo requer abordagem especial. Nossos pacientes enfrentam desafios únicos e é fundamental que nossa equipe esteja preparada para oferecer suporte em todos os aspectos, desde o alívio da dor até o apoio emocional durante todo o processo”, destacou Luciana.
A iniciativa do HEC não apenas beneficia os pacientes, mas também reconhece a importância do bem-estar emocional dos profissionais de saúde. A coordenadora relata a viabilidade dos encontros com as equipes serem frequentes. “Cuidar de pessoas fora de possibilidade de cura é uma tarefa que requer preparo do profissional de saúde, pois vai contra o seu objetivo, que é salvar a vida. A convivência com a morte pode gerar sentimentos como culpa, indiferença, negação, envolvimento emocional e empatia em equipes que trabalham com pacientes deste perfil. Nossa intenção é mantermos a atividades coletiva a cada três meses”, explica Ana Laura, que agradece o apoios das profissionais e, também, da enfermeira Érika Fachim Esteves, coordenadora de Enfermagem do Núcleo de Educação Permanente do hospital.