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Infectologista faz alerta para disseminação do vírus na região de Catanduva

A Prefeitura de Paraíso confirmou nesta quinta-feira, dia 25, o primeiro caso da Monkeypox, doença infecciosa causada por um vírus que tem o mesmo nome – e da mesma família da varíola. Além do município vizinho, outras cinco cidades na região, incluindo São José do Rio Preto, já confirmaram casos da doença.

Embora classificada como não letal, com evolução na maioria das vezes benigna, a Monkeypox é apontada por especialistas como uma infecção altamente transmissível e com grande capacidade de se disseminar na população. Infectologista e cooperado da Unimed Catanduva, o médico Ricardo Santaella Rosa entende que o momento é de alerta para evitar a disseminação do vírus.

De acordo com Santaella, o Brasil está entre os três países com maior número de casos: 3.700 confirmados até o momento. A maioria deles se concentra no estado de São Paulo, com 2.500 casos registrados, se espalhando para o interior. “Até o momento não existe caso confirmado em Catanduva, porém, parece ser uma questão de tempo, já que essa infecção se mostrou altamente transmissível e com grande capacidade de se disseminar na população”, ressaltou.

Conhecida popularmente como “varíola dos macacos”, o vírus foi identificado pela primeira vez em primatas em 1978, em um país da África – a República Democrática do Congo. Entretanto, o infectologista deixa claro que o macaco não é o reservatório da doença; o animal é vítima do vírus, assim como outros mamíferos. “Essa denominação de ‘varíola dos macacos’ não é adequada, nem verdadeira”, frisa o infectologista. 
Santaella detalha que a transmissão do vírus se dá preferencialmente pelo contato direto com as lesões características da doença, a exemplo de contatos mais íntimos, como beijo (se houver lesões na cavidade oral, o que é bastante comum) e a relação sexual. O especialista ressalta: “Para a Monkeypox o preservativo não evita a transmissão”. 

A doença também pode ser transmitida no contato com objetos contaminados como roupas, compartilhamento de copos, talheres e objetos de uso pessoal (escova de dentes). Outra forma de transmissão que, segundo o médico, é menos frequente, porém possível, são pelas gotículas eliminadas pela respiração, tosse ou espirro de um paciente (semelhante ao que ocorre na Covid-19). Por isso, o uso da máscara é recomendado. A transmissão também pode se dar através da gestação e/ou amamentação (da mãe para o filho), denominada transmissão vertical.
Os primeiros sintomas aparecem depois de uma a três semanas do contato (média de 16 dias). Inicialmente, são sintomas de febre, cefaleia, dores pelo corpo (articulações, musculatura) e fraqueza. A partir do quarto dia, começam a surgir lesões na pele.

“Essa evolução dura de duas a quatro semanas e coincide com o período de transmissão do vírus.  As manchas vermelhas evoluem para vesículas (pequenas bolhas), depois pústulas (quando essas vesículas são preenchidas por pus), úlceras e crostas (quando essas feridas secam e criam “cascas’)”, explicou o infectologista.

Outro sintoma característico é o inchaço de gânglios da região do pescoço, das axilas e da região inguinal. As lesões são doloridas (às vezes, bastante doloridas), o que a torna uma doença incapacitante pelo menos enquanto durarem os sintomas. Em caso de sintomas, o médico deve ser procurado.

O diagnóstico é feito por meio da pesquisa do vírus nas secreções das lesões. Em certas situações, a doença pode se tornar grave, e até fatal. Principalmente em pacientes imunossuprimidos, gestantes e crianças pequenas. “Nesses casos, geralmente, o número de lesões no corpo costuma ser bastante grande, gerando complicações como pneumonias e broncopneumonias, sepse (infecção generalizada) e encefalites”, pontuou o médico.

Santaella ressalta que, por enquanto, não existe medicamento específico para o tratamento ou vacina disponível para a Monkeypox e, por isso, algumas medidas
de prevenção devem ser seguidas:

– Evite contato físico;

– Evite contato com pessoas que estejam com a doença;

– A pessoa doente deve permanecer em regime de isolamento;

– Não compartilhe objetos: roupa, roupa de cama, talheres, copos, pratos;

– Faça uso de máscara quando estiver perto do paciente;

– Todo o material que entra em contato com o doente deve ser lavado separadamente.

Mariana Lachi
Mariana Lachi
Mariana Lachi - Jornalista com formação em Comunicação Social e Pedagoga. Experiência em um pouquinho de tudo: TV, rádio, revista, assessoria de imprensa e jornal impresso. Atua há mais de 20 anos com mídia.
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