No último final de semana, famílias que aproveitavam momentos de lazer com as crianças nos parques ecológicos Danilo Santos Miranda e Dr. Joaquim de Paula Ribeiro, ficaram encantadas com as brincadeiras típicas dos povos indígenas trazidas pelo projeto “Akauã: cantos e encantos de brincar”.
O trabalho foi desenvolvido pela Coletiva Educar Ancestral, uma organização de mulheres indígenas residentes em Rio Preto, cujas fundadoras são Gizele Juá Erã Nascimento, originária do povo Kixelô Kariri do Ceará, e Neny Luá Nascimento, da etnia Mbaraio Aruã do Marajó.
Ao chegar nos parques as famílias foram surpreendidas com uma área onde havia vários cantinhos, cada um com uma brincadeira diferente. Foram montadas estações de música, de argila, área para jogar peteca e até um canto para pinturas.
“Cada cantinho representa alguma parte da cultura indígena, seja música, trabalho na argila, com as tintas naturais, com a cozinha ancestral, com a pesca, então a gente tenta trazer elementos da cultura indígena e da nossa infância para as crianças de Rio Preto. A ideia é conectar pessoas com essa brincadeira ancestral, com essa brincadeira na terra, valorizando os elementos da nossa mãe natureza”, diz Neny Luá Nascimento.
Na medida em que as famílias iam chegando, elas contavam um pouco das histórias e do conhecimento adquirido pelos povos originários. Explicavam a origem natural das tintas, todas orgânicas como o vermelho da beterraba, o amarelo do açafrão e o azul que vem da flor chamada Clitória. São saberes que vêm do nosso território Brasil, da época em que os povos indígenas chamavam de Pindorama, Pindoretá.
Vagner Cesar Julião, que mora em Jales, aproveitou o sábado para passear com os filhos, um casal, Helena e Murilo, no parque ecológico Danilo Santos Miranda. Ficou encantado com a atividade. “Sensacional, minha filha adora tudo sobre a cultura indígena, se interessa muito pela história, e estava alucinada para fazer a pintura no rosto”, diz ele.
“Na estação de pintura nós desmistificamos para as crianças a questão da pintura indígena, falamos que não é uma tatuagem e que o nome correto é grafismo. Esse grafismo para cada povo tem um significado, conta uma história, então no caso a gente estava fazendo o grafismo da união. E quando nós fazemos o grafismo da união nós trazemos para as crianças toda essa simbologia da importância de sermos unidos com a nossa família, com os amigos, porque juntos nós somos mais fortes”, diz Gizele Juá Erã.
Giuliana Oliveira, que estava acompanhada pela filha Giulia Oliveira Soares, de 8 anos de idade, gostou muito da iniciativa. “Muito interessante esse projeto que traz um pouco desse conhecimento sobre os povos indígenas. Minha filha aprende isso na escola e está achando essas atividades bem interessantes”.
Quem também aprovou o trabalho foi outra visitante do parque, Virgínia Tiradentes Molina, que passeava com a filha Isis. “Maravilhoso isso aqui. A gente tem que trazer as crianças para conhecer a cultura brasileira, aproveitar a natureza. Foi um dia maravilhoso, pra aproveitar a vida e lembrar da infância”, disse Virgínia.
O projeto “Akauã: cantos e encantos de brincar” foi viabilizado pelo fomento da Lei Paulo Gustavo, por meio Secretaria Municipal de Cultura de Rio Preto, Ministério da Cultura e Governo Federal, e estará no próximo final de semana, dias 27 e 28 de abril, na Cidade da Criança.
Serviço:
Parque Cidade da Criança – Rua Daniel Antônio de Freitas, S/N – Distrito Industrial
Dias 27 e 28 de abril (sábado e domingo), das 10h às 12h.
Akauã – Cantos e encantos em movimento
Informações no Instagram: @educar.ancestral
E-mail: educarancestral@gmail.com
Fotos: Cristiano Furquim/Secretaria de Educação