A advogada Claudionora Elis Tobias e a produtora cultural Elis Bohrer foram eleitas presidente e vice-presidente, respectivamente, do Conselho Municipal Afro (CMA) de São José do Rio Preto, para o biênio 2023-2025. A escolha aconteceu na primeira reunião ordinária da nova composição. Integra ainda a Mesa Diretora o professor Carlos de Souza Teixeira, na função de secretário.
Além da escolha da Mesa Diretora, feita por votação individual de cargos em vez de chapas, outras questões foram discutidas neste encontro inicial, que contou com a presença dos membros eleitos da sociedade civil e dos indicados pelo poder público.
Reunião extraordinária foi agendada para esta quarta-feira, dia 20 de dezembro, para “traçar planos e iniciarmos a agenda programática de 2024, com proposta de dividirmos os trabalhos em semestres a partir de janeiro”, afirma Claudionora. O encontro, programado de forma online, vai tratar ainda sobre vacâncias e discutir ofício encaminhado pela Secretaria de Cultura.
Ao assumir a presidência do CMA, a presidente afirma que “a sensação é de responsabilidade”. “A nossa imensa responsabilidade é fazer com que direitos basilares da população negra sejam respeitados e sejam executados. A sensação é de poder contribuir com o que eu tenho enquanto jurista, para fazer com que esses direitos sejam de fato preservados, enxergados e executados. Essa é a responsabilidade que que eu carrego enquanto presidente”, diz Claudionora.
Conhecimento
Uma das atuações permanentes desta gestão é disseminar o letramento racial a partir do CMA, o qual pode ser entendido como um processo de reeducação racial que reúne um conjunto de práticas com o intuito de desconstruir formas de pensar e agir naturalizadas e normalizadas socialmente, em relação à questão de raça e etnia. “Esse processo fará com que sejamos de fato a voz dessa população diretamente nos poderes Executivo e Legislativo. O letramento traz conhecimento e o reconhecimento de direitos, que muitas vezes são cerceados. Quando conheço meus direitos, consigo lutar por eles”, pondera a presidente.
A exata aplicação das leis, como a lei federal nº 10.639/03, que incluí no currículo escolar a obrigatoriedade da temática história e cultura afro-brasileira, também será um dos norteadores do trabalho do órgão colegiado. “Vamos levar o Estatuto da Igualdade Racial para as escolas, assim como promover palestras de letramento racial tanto na iniciativa pública quanto na privada, para fomentar a igualdade e equidade por meio do conhecimento, uma ferramenta que propiciar a liberdade de um povo.”