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sexta-feira, novembro 22, 2024
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Taxa de doação de órgãos tem queda em 2023

Apesar de a taxa de notificação de potenciais doadores de órgãos ter aumentado, a taxa de doadores efetivos caiu no mesmo percentual. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a queda se deve à perda na taxa de efetivação da doação. De janeiro a março de 2022 a taxa de notificação dos potenciais doadores (56,7 pmp) caiu apenas 1,7%, enquanto a taxa de efetivação da doação (24,4%) diminuiu 6,9%. Essa menor taxa de doação foi devido ao aumento de 9,5% na taxa de não autorização familiar para a doação (46% dos familiares entrevistados foram contrários à doação). Os dados constam no Registro Brasileiro de Transplantes da ABTO.

Para o enfermeiro da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Hospital Padre Albino, Carlos Eduardo Mancini Gomes, o processo de diálogo sobre a importância da doação, se não tratado com o devido afinco, pode interferir na hora da decisão. “Quando falamos em doações de órgãos, existem ainda, em países latinos ao qual pertencemos, certas dúvidas e paradigmas que precisam ser trabalhados”, disse Carlos.

Desde 2012, quando entrou em vigor a nova legislação, a decisão pela doação de órgãos no Brasil passou a ser familiar, ou seja, após a constatação médica do óbito a família tem por direito ser informada da possibilidade da doação e diante disso em conversa e acolhimento decidem sobre o processo, sendo eles parentes de 1º e 2º grau (pais, filhos, irmãos, avós, netos e cônjuge). “Os hospitais da FPA possuem a Comissão Intra-hospitalar que atua 24 horas, visando identificar e informar os familiares da possibilidade da doação, quando o potencial doador preenche todos os critérios clínicos e diagnósticos, através de questionário que auxilia nesse processo”, explica o enfermeiro, que enfatiza que sempre quando há possibilidade da doação, procede o acolhimento da família. “Temos que agir com sensibilidade e respeito, pois, se tratando de momento difícil em que eles se encontram, oferecemos a possibilidade de que a vida pode ‘continuar’ com a doação. O processo de doação só acontece quando todas as dúvidas são sanadas e a relação de ajuda se concretiza”.

Carlos aponta que a constante capacitação da equipe de assistência do hospital fortifica o processo e aumenta as chances positivas de captação. “Ficamos muito felizes em saber que nosso trabalho está surtindo efeito. Nossa maior meta é poder ofertar o maior número de órgãos e tecidos, possibilitando que muitas vidas sejam salvas; porém, isso só se concretiza através do consentimento familiar. Trata-se de ato de generosidade que, mesmo com a perda de um ente querido, ainda pode ajudar muitas pessoas a ter novamente sua qualidade de vida retomada”, ressalta Carlos, que faz o apelo. “Converse com seus familiares e manifeste seu desejo, pois são eles que irão decidir por você. Seja também um doador de órgãos e salve vidas!”

Mariana Lachi
Mariana Lachi
Mariana Lachi - Jornalista com formação em Comunicação Social e Pedagoga. Experiência em um pouquinho de tudo: TV, rádio, revista, assessoria de imprensa e jornal impresso. Atua há mais de 20 anos com mídia.
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