Nenhuma das oito testemunhas convocadas participou da sessão de oitivas, nesta sexta (24), promovida pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) criada pela Câmara Municipal para apurar a verdade sobre os supostos projetos habitacionais da Associação Bom Pastor.
Os convocados deveriam esclarecer fatos relacionados à quebra do sigilo fiscal e bancário da entidade, que foi fundada pelo atual prefeito de Catanduva, Osvaldo de Oliveira Rosa, na época em que atuava na Paróquia Imaculada Conceição. Análise prévia desse material aponta indícios de graves irregularidades, incluindo mau uso e até mesmo possíveis desvios do dinheiro que foi pago pelos associados, na esperança de conseguirem um imóvel próprio.
Na oitiva desta sexta-feira, o primeiro convocado seria o prefeito Osvaldo, que, pela quinta vez, não apareceu para apresentar suas explicações.
Além dele, não participaram Ernesto de Oliveira Rosa, ex-prefeito de Américo de Campos e irmão de Osvaldo; Maria do Carmo Honório da Silva Garcia, ex-presidente da Associação Bom Pastor e atual secretária municipal de Contratações Públicas; Marilza Dineusa Honório da Silva Pinto, atual presidente da entidade; Rogério Domiciano Pinto, tesoureiro da Associação Bom Pastor; José Benedito Cardoso, novo bispo de Catanduva; Carlos Humberto Franquim, que está à frente da Paróquia Imaculada Conceição; e o proprietário do escritório contábil que presta serviço à Associação Bom Pastor.
Com a ausência das testemunhas, a comissão decidiu realizar uma nova oitiva no dia 5 de junho, com a condução de forma coercitiva de Ernesto Pedro, às 9h; Maria do Carmo, às 10h; Marilza Dineusa, às 11h; e Rogério Domiciano, às 12h.
Além disso, os vereadores que fazem parte da CEI irão agendar uma reunião com o bispo e convocar novamente Padre Carlos e o proprietário do escritório contábil que presta serviço à Associação Bom Pastor.
“Estamos muito próximos de emitir um parecer final com a verdade sobre os loteamentos da Associação Bom Pastor, mas ainda queremos dar a oportunidade das pessoas envolvidas se explicarem. Nosso objetivo é solucionar esse problema, que se arrasta há sete anos”, afirmou o presidente da CEI, vereador Maurício Gouvea.
De acordo com o presidente da Câmara e relator da comissão, Marquinhos Ferreira, a ausência das testemunhas é um desrespeito com as famílias envolvidas no suposto projeto habitacional.
“São pessoas covardes, que simplesmente fogem quando deveriam explicar para onde foi esse dinheiro”.
Além de Marquinhos e Maurício, a comissão também é composta por Gleison Begalli (membro), com os trabalhos sendo secretariados pelo servidor do Legislativo Reginaldo Puydinger.