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quarta-feira, outubro 22, 2025
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Consumo consciente: 6 dicas para reduzir desperdícios e valorizar os alimentos no dia a dia

O desperdício de alimentos é um tema que vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões sobre sustentabilidade e hábitos de consumo. No Brasil, segundo estudo recente conduzido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em parceria com a WRAP, cada pessoa desperdiça, em média, 94 quilos de alimentos por ano apenas no consumo doméstico. Esse dado reforça a necessidade de repensar hábitos na cozinha, já que as perdas impactam não só o meio ambiente, mas também o orçamento familiar. Pensando nisso, Claudia Mulero, nutricionista da Água Doce Sabores do Brasil, elencou seis dicas para evitar o desperdício com hábitos que começam com pequenas atitudes.

Planejamento é fundamental: o planejamento é um dos passos mais importantes para quem deseja reduzir o desperdício. Elaborar um cardápio semanal antes de ir ao mercado ou à feira permite calcular com precisão a quantidade de alimentos necessária para cada refeição, evitando compras por impulso ou em excesso que muitas vezes acabam esquecidas na geladeira. Além disso, o hábito de planejar ajuda a variar o cardápio, aproveitando os mesmos ingredientes em diferentes preparações e garantindo uma alimentação mais equilibrada. Outro benefício é a economia, já que ao fazer uma lista de compras baseada em um plano prévio, fica mais fácil resistir às tentações das prateleiras e priorizar aquilo que realmente será consumido. Essa prática também contribui para otimizar o tempo na cozinha, já que as refeições podem ser organizadas de acordo com a rotina da família, incluindo marmitas e congelados preparados com antecedência.

Armazenamento correto: conhecer as formas ideais de conservação prolonga a vida útil dos alimentos. Para manter a ordem e reduzir riscos de contaminação, cada categoria de produto deve ocupar um espaço específico. Hortaliças, por exemplo, podem ser higienizadas, secas e armazenadas em potes fechados para durarem mais. Já grãos devem ser guardados em recipientes herméticos para evitar umidade. Laticínios e comidas preparadas devem ficar nas prateleiras superiores, onde a temperatura é mais estável. Carnes cruas precisam ser armazenadas na parte inferior, sempre bem embaladas, enquanto frutas, verduras e legumes ocupam as gavetas. A porta deve ser reservada a bebidas e condimentos, já que sofre maior variação de temperatura. No freezer, os congelados devem permanecer a –18 °C ou menos, devidamente embalados e identificados. A principal regra é simples: alimentos prontos em cima e crus embaixo.

Aproveitamento integral dos alimentos: o aproveitamento integral dos alimentos é uma prática simples, mas que gera grandes benefícios econômicos e ambientais. Muitas partes que costumam ser descartadas, como cascas, talos e sementes, podem ser transformadas em preparações saborosas e nutritivas. Talos de couve, brócolis e cenoura podem ser refogados ou incorporados em sopas e caldos, agregando fibras e vitaminas. Cascas de batata, mandioca ou abóbora, quando bem higienizadas, ficam crocantes e saborosas ao serem assadas ou fritas, funcionando como petiscos ou acompanhamentos. Sementes, como as de abóbora ou girassol, podem ser tostadas e consumidas como snacks ricos em minerais e proteínas. Até cascas de frutas, como laranja e limão, podem ser transformadas em raspas para temperos, geleias ou chás, adicionando sabor às receitas e evitando o desperdício. Ao adotar essa abordagem, é possível reduzir significativamente a quantidade de alimentos jogados fora, aproveitando melhor cada ingrediente e explorando a criatividade na cozinha.

Reaproveitamento criativo: sobras de arroz podem virar bolinhos, purês podem ser base para tortas salgadas e carnes desfiadas servem como recheio de panquecas ou sanduíches. Reaproveitar pequenas sobras, incorporando-as em receitas do dia seguinte, como saladas, omeletes ou sopas, garante que nada seja desperdiçado. Com esse cuidado, é possível unir economia, sustentabilidade e hábitos alimentares mais saudáveis no dia a dia. Ou seja, o que iria para o lixo pode ganhar uma nova versão no prato.

Controle das porções: o controle das porções é uma estratégia essencial para reduzir o desperdício e manter uma alimentação equilibrada. Preparar a quantidade adequada de cada refeição, considerando o número de pessoas que irão consumi-la, evita sobras desnecessárias e ajuda a planejar melhor o uso dos ingredientes. Além disso, controlar as porções contribui para a saúde, já que permite equilibrar a ingestão de proteínas, carboidratos, fibras e gorduras, evitando excessos que podem comprometer a dieta. Para facilitar, é possível usar utensílios como balanças, colheres medidoras ou até mesmo servir porções individuais em pratos menores.

Congelamento inteligente: dividir alimentos em porções menores e congelar é uma maneira eficaz de preservar nutrientes e reduzir perdas. Vale ressaltar que o congelamento garante segurança por tempo indeterminado, mas a qualidade dos alimentos se perde com os meses. Carnes grandes, como bovinas e frangos inteiros, podem durar até um ano, enquanto cortes menores e carnes moídas devem ser consumidos em até quatro meses. Peixes magros resistem por até oito meses, já os mais gordurosos, como salmão, precisam ser consumidos em até três. Frutas, legumes e vegetais duram cerca de um ano, mas pratos prontos, pães e bolos não devem ultrapassar três meses. Em geral, quanto mais processado o alimento, menor o tempo ideal de congelamento.

Segundo a nutricionista, além de diminuir o descarte, as práticas de aproveitamento integral dos alimentos ampliam a ingestão de fibras, vitaminas e minerais presentes em partes dos ingredientes que, muitas vezes, são pouco valorizadas. “Quando aproveitamos integralmente os alimentos, aumentamos o valor nutricional das refeições, economizamos recursos e ainda desenvolvemos a criatividade culinária. Ao adotarmos hábitos mais conscientes, contribuímos para a construção de uma cadeia alimentar mais sustentável, beneficiando o meio ambiente, fortalecendo a economia doméstica e promovendo um olhar mais responsável sobre a forma como nos relacionamos com os alimentos”, finaliza.

Mariana Lachi
Mariana Lachi
Mariana Lachi - Jornalista com formação em Comunicação Social e Pedagoga. Experiência em um pouquinho de tudo: TV, rádio, revista, assessoria de imprensa e jornal impresso. Atua há mais de 20 anos com mídia.
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