As compras de fim de ano estão chegando e, com elas, o desafio de equilibrar o orçamento em meio a tantas promoções e facilidades de crédito. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 79,5% das famílias brasileiras estavam endividadas em outubro de 2025, o maior índice em 15 anos.
Para Ademar Mota, do curso de Ciências Contábeis do Unitoledo Wyden, é comum lidar com a falta de planejamento que tende a se agravar durante o fim de ano. “Muitos consumidores confundem oportunidade com necessidade. O problema é que, ao parcelar compras por impulso, o orçamento dos meses seguintes fica comprometido. É fundamental entender o próprio limite financeiro e se preparar antes de sair às compras”, explica.
Ademar recomenda montar uma planilha simples com as despesas fixas e variáveis, definir um teto de gastos para presentes e comemorações e sempre comparar preços antes de fechar negócio.
O aspecto emocional também tem papel decisivo nas decisões de compra, segundo Fabrício Otoboni, coordenador do curso de psicologia do UniToledo Wyden. “O consumo pode funcionar como uma forma de aliviar tensões e recompensar o desgaste acumulado ao longo do ano. É comum associar o ato de comprar ao prazer imediato e à sensação de recompensa. Porém, esse bem-estar é passageiro. Quando o gasto é exagerado, ele gera frustração, culpa e ansiedade, o que acaba impactando a saúde mental e o equilíbrio financeiro”, destaca o psicólogo.
Fabrício orienta que o consumidor busque alternativas mais saudáveis para lidar com essa pressão social. “Valorizar experiências, investir tempo com quem se ama e repensar o significado de presentear são atitudes que trazem satisfação duradoura. O consumo equilibrado está mais ligado à consciência e ao autocuidado do que ao valor do que se compra”, complementa.




