Catanduva presta uma homenagem mais do que merecida ao artista plástico Oscar Valzacchi, um dos grandes nomes da história cultural do município. A partir desta semana, a Pinacoteca Municipal, na Estação Cultura, recebe a exposição de fotografias que retratam as obras de Valzacchi espalhadas pela cidade – um convite à redescoberta da arte que compõe a identidade visual de Catanduva.
O evento marca também o encerramento do Concurso de Fotografia das Obras de Oscar Valzacchi em Catanduva, que reuniu 46 participantes e recebeu 111 imagens. Destas, 40 foram selecionadas e integram a mostra oficial, aberta ao público até o dia 23 de maio.
Um artista que transformou Catanduva
Nascido em Taquaritinga, em 1927, Oscar Valzacchi iniciou sua formação artística com o pai, Francisco Valzacchi, e mais tarde ingressou na Escola de Belas Artes de Araraquara. Chegou a Catanduva em 1949, e aqui deixou um acervo marcante, que mescla escultura, pintura, arquitetura e arte sacra.
A convite do então prefeito José Antônio Borelli, Valzacchi desenvolveu obras que até hoje compõem o patrimônio público da cidade, muitas vezes despercebidas no cotidiano, mas de grande valor artístico. Entre elas, destacam-se:
A escultura do Soldado Constitucionalista, presente na Praça 9 de Julho e no Cemitério Nossa Senhora do Carmo;
O Cristo Redentor e os relevos nos portais de entrada do Cemitério Municipal;
A Fonte Luminosa e o projeto da Pérgula na Praça da República, inaugurados em 1959;
As esculturas do jacaré, dos velhinhos e do tronco de árvore com água, no interior do Bosque/Zoológico Municipal;
Os retratos dos presidentes da Câmara Municipal e do patrono Washington Luís;
A decoração da Loja Maçônica Dr. Carlos Reis, na Rua Mato Grosso;
O afresco de Nossa Senhora Aparecida na Capela do Colegião, pintado em 1955.
Além das obras fixas, Oscar também atuou como professor de pintura no SESC, idealizou carros alegóricos e decorações de rua nos carnavais dos anos 1950 e, posteriormente, teve sua carreira consagrada em São Caetano do Sul e em salões de arte por todo o país. Seu último retorno artístico a Catanduva ocorreu em 1977, com uma exposição no Clube de Tênis. Oscar Valzacchi faleceu dois anos depois, em 1979, na cidade de São Caetano do Sul, deixando um legado artístico que permanece vivo e presente no cotidiano dos catanduvenses.
