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sexta-feira, novembro 14, 2025
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Novembro Roxo alerta para os riscos e impactos da prematuridade

O parto prematuro, quando o bebê nasce antes da 37ª semana de gestação, é hoje a principal causa global de mortalidade infantil antes dos cinco anos de idade. No Brasil, a situação é preocupante: o país ocupa a 10ª posição no ranking mundial de nascimentos prematuros, com cerca de 340 mil casos por ano, segundo o Ministério da Saúde. Isso equivale a seis bebês nascendo antes do tempo a cada dez minutos.

Com o tema “Garanta aos prematuros começos saudáveis para futuros brilhantes”, a campanha Novembro Roxo, que tem o dia 17 de novembro como o Dia Mundial da Prematuridade, busca sensibilizar a sociedade sobre as causas, consequências e formas de prevenção do parto prematuro. A iniciativa também pretende mobilizar gestores públicos, profissionais de saúde e famílias em torno de um cuidado mais integral e humanizado aos bebês que chegam antes da hora.

A pediatra Gabriela Marcatto afirma que todo mundo é tocado pela prematuridade de alguma forma. “Mesmo quem não tem um bebê prematuro na família é afetado, porque estamos falando da principal causa de mortalidade infantil no Brasil e de um impacto enorme nos sistemas de saúde”, destaca a pediatra Gabriela Marcatto. “Por isso, precisamos unir esforços para mudar esse cenário e garantir mais qualidade de vida desde o nascimento.”

Cerca de 60% dos partos prematuros acontecem de forma espontânea, geralmente por complicações durante a gestação. Entre os fatores de risco estão a gravidez na adolescência, condições maternas como hipertensão e diabetes, infecções, uso de álcool, cigarro e drogas ilícitas, além da falta de acompanhamento pré-natal adequado.

Outros 40% dos casos estão ligados a intervenções médicas, como cesarianas eletivas sem indicação clínica. “Precisamos rever o modelo de assistência obstétrica no país e reduzir as cesáreas desnecessárias. Cada semana a mais no útero é fundamental para o desenvolvimento do bebê”, reforça a pediatra.

Os bebês que nascem antes do tempo são mais vulneráveis porque recebem menos anticorpos da mãe durante a gestação e têm o sistema imunológico imaturo. “Esses recém-nascidos correm maior risco de infecções e doenças respiratórias, como bronquiolite e gripe. Por isso, a vacinação é ainda mais essencial”, explica Marcatto.

Além disso, a pediatra lembra que a assistência neonatal de qualidade é decisiva para reduzir a mortalidade. “Com protocolos bem estruturados e equipes qualificadas, é possível garantir um início de vida mais seguro e saudável, impactando positivamente toda a sociedade”, diz.
Para a médica, o cuidado com o recém-nascido prematuro vai muito além da tecnologia e das incubadoras. “O contato pele a pele entre mãe e bebê, o cheiro, a voz e o batimento cardíaco trazem benefícios comprovados para o desenvolvimento físico e emocional. Esse vínculo imediato pode fazer diferença para toda a vida”, explica.

O chamado método canguru, que preconiza essa aproximação entre mãe e bebê, é considerado uma das práticas mais eficazes na humanização da assistência neonatal. “Sabemos que cada caso é único, mas sempre que possível devemos permitir esse contato precoce. Ele favorece a amamentação, estabiliza os sinais vitais e fortalece o vínculo afetivo”, completa Gabriela.

Mobilização global
O Novembro Roxo é parte de uma mobilização mundial liderada pela Aliança Global para o Cuidado do Recém-nascido (GLANCE), em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef. Em todo o mundo, 1 a cada 10 bebês nasce prematuro, o que representa cerca de 15 milhões de crianças por ano.

No Brasil, diversas instituições e prefeituras promovem ações de conscientização durante todo o mês, como palestras, caminhadas, eventos educativos e a tradicional iluminação de monumentos e prédios públicos na cor roxa, símbolo da campanha. O roxo representa sensibilidade, individualidade e transformação, características que refletem a jornada de superação dos bebês que chegam antes do tempo.

Siga a pediatra Gabriela Marcatto:
Instagram: @dragabrielamarcatto

Sobre a Dra. Gabriela Marcatto
Médica formada pela Universidade Brasil, com residência em Pediatria pela Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto), possui título de especialista concedido pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Atua também como preceptora dos alunos do 5º e 6º anos do curso de medicina da Faceres. Atende crianças e adolescentes na clínica Amorir, localizada no Georgina Business Park, em São José do Rio Preto, em um ambiente pensado para acolher famílias com cuidado, escuta e atenção integral à saúde infantil.

Marcia Bernardes
Marcia Bernardeshttps://ftnews.com.br
Jornalista, 20 anos de experiência, tendo passado por diversas redações de mídia impressa em Catanduva e São José do Rio Preto. Atuou nos principais veículos do Noroeste Paulista, incluindo o jornal Diário da Região. Jornalista de formação, designer por amor.
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