Como parte das ações do “Julho das Pretas”, o Departamento de Desenvolvimento Social da Prefeitura de Urupês promove o primeiro fórum do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
O evento acontecerá no dia 25 de julho (segunda-feira), às 9h, no Centro Cultural de Urupês, e contará com palestra da assistente social Eni Fernandes, que teve atuação marcante nas áreas da saúde, organização popular dos favelados, na criação do movimento de mulheres, da população negras, dentre outros.
Os principais tópicos a serem abordados no evento são:
- Onde a mulher negra está na sociedade brasileira e na Assistência Social;
- Propor saídas, políticas públicas e ações da sociedade civil;
- Propostas pelo governo, sociedade civil, mulheres negras usuárias da assistência social
- Conscientização da organização deste coletivo de mulheres
Ao explicar a importância do evento, a coordenadora do Programa Criança Feliz Primeira Infância, Thainá Costa, retoma o questionamento feito pela intelectual Lélia Gonzales no texto “Racismo e sexismo na cultura brasileira”: Como é que nós chegamos a este estado de coisas? Ela resume dizendo que, após trazer a realidade da mulher negra brasileira, que é atravessada pela herança de mais de quatro séculos de escravidão, chegou-se à conclusão de que, “na verdade, nós nunca saímos deste estado de coisas”.
“Pretendemos mudar este estado de coisas, perpetuado há séculos e que puni, penaliza, mata simbolicamente, fisicamente, escraviza, adoece, as mulheres negras brasileiras que compõem o grupo de mulheres que são latino-americanas e caribenhas. Nós somos um povo amefricoladino e essa mudança é uma responsabilidade de todos nós”, completou Thainá.
O evento é aberto à participação de toda a população e deve contar com o engajamento de grupos de toda a região.
O Julho das Pretas é uma ação de incidência política e agenda conjunta e propositiva com organizações e movimento de mulheres negras do Brasil, voltada para o fortalecimento da ação política coletiva e autônoma das mulheres negras nas diversas esferas da sociedade. A ação foi criada em 2013, pelo Odara – Instituto da Mulher Negra –, e celebra o 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina Americana e Caribenha.