A Secretaria de Estado da Saúde divulgou que até 23 de dezembro foram confirmados 318.996 casos de dengue e registradas 284 mortes decorrentes da doença este ano em São Paulo.
Em Catanduva, os números alarmantes de casos confirmados têm chamado a atenção das autoridades de saúde e da população. De janeiro a novembro de 2023 foram registrados 1.126 casos, com o mês de abril apresentando o maior pico, 309 confirmados. O aumento expressivo, com média de 3 casos/dia, levanta preocupação sobre as condições climáticas que propiciam a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença.
Para esclarecer essas questões, o médico especialista em Infectologia da Fundação Padre Albino, Silvio César Perpétuo Ribeiro, explica que o aumento dos casos pode ter relação com circunstâncias ambientais.
“O verão propicia condições favoráveis para o aumento de casos no Brasil, especialmente devido ao crescimento dos criadouros do mosquito”, explicou o especialista.
O aumento da incidência de dengue é preocupante, alerta Dr. Silvio. “A dengue, se não tratada adequadamente com hidratação e repouso, pode evoluir para complicações graves, inclusive óbito. A população deve estar atenta aos sintomas e buscar assistência médica imediatamente”, ressaltou.
Expansão da Dengue do tipo 3
O pesquisador da Fiocruz Felipe Naveca afirmou que o subtipo também chamado de DENV3, que causa sintomas mais graves do que os subtipos 1 e 2, voltou. Fora de circulação há 15 anos, a identificação de casos no Estado de São Paulo serve de alerta e demanda vigilância.
“A linhagem que detectamos do sorotipo 3 não é a mesma que já circulou nas Américas e causou epidemias no Brasil no começo dos anos 2000. Nossos resultados mostraram que houve nova introdução do genótipo III do sorotipo 3 do vírus da dengue nas Américas, proveniente da Ásia. Essa linhagem está circulando na América Central e recentemente também infectou pessoas nos Estados Unidos. Agora, identificamos que chegou ao Brasil”, relatou Naveca.
A cidade de Votuporanga registrou quatro casos do sorotipo 3, identificado em pacientes do sexo feminino com idades de 5, 31, 34 e 46 anos. As contaminações foram confirmadas pela Secretaria de Saúde do município em novembro. O primeiro caso da linhagem também foi confirmado em Rio Preto na primeira semana de dezembro.